
Em pronunciamento na manhã desta segunda-feira (5), Benjamin Netanyahu afirmou que Israel dará início a uma nova fase da guerra na Faixa de Gaza. A operação será mais intensa e provocará novo deslocamento da população palestina, segundo o premiê. 5k256t
“Ontem à noite ficamos até tarde no gabinete e decidimos por uma operação intensificada em Gaza. Foi a recomendação do chefe das Forças Armadas prosseguir, como ele disse, rumo à derrota do Hamas —e, nesse caminho, ele acredita que isso também nos ajudará a resgatar os reféns, e eu concordo com ele. Não vamos desistir desse esforço, e não vamos abandonar ninguém”, declarou o premiê na rede social X.
As declarações foram feitas horas após o governo aprovar um plano para a ocupação contínua da Faixa de Gaza. Ainda sem indicar o destino dos deslocados, o premiê afirmou que “a população palestina será transferida para sua própria proteção”.
Fontes militares afirmam que a nova ofensiva resultará na remoção forçada de palestinos para o sul do território. Organizações como a ONU e a Cruz Vermelha condenam esse tipo de ação, considerada uma violação dos direitos humanos em larga escala.
Qual é o plano de Israel para Gaza após a guerra? 2n6g4y
O governo de Israel não apresentou, até o momento, um projeto concreto para a reconstrução de Gaza após o conflito. A ausência de um plano preocupa analistas internacionais e pressiona aliados a pedirem esclarecimentos sobre os objetivos finais da operação militar.
O plano de ocupação aprovado por Israel prevê o aumento dos bombardeios e da presença terrestre nas áreas controladas. As forças armadas retomaram os ataques em março, encerrando uma trégua estabelecida em janeiro. Segundo fontes ouvidas pela agência Associated Press, o plano será executado em fases, com foco na ocupação permanente.
Atualmente, Israel já mantém controle temporário de cerca de metade do território da Faixa de Gaza. A nova estratégia prevê que as tropas permaneçam nas áreas conquistadas, abandonando a prática de retirada após ações contra o Hamas.
O gabinete de ministros argumenta que o avanço das forças israelenses tem o objetivo de “aumentar a pressão” sobre o grupo armado, para forçá-lo a aceitar um cessar-fogo nos termos exigidos por Israel. Entre as exigências está a libertação total dos reféns ainda em poder do Hamas.
Entretanto, o chefe das Forças Armadas israelenses reconheceu que a ocupação total pode comprometer a segurança dos sequestrados. Familiares dos reféns criticaram o plano e acusaram Netanyahu de priorizar a conquista militar em detrimento da vida dos israelenses capturados.
A ofensiva também levou à convocação de dezenas de milhares de reservistas no domingo (4), um dia antes do pronunciamento do premiê.
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