
Embora o debate sobre menopausa tenha avançado nos últimos anos, algumas questões permanecem cercadas de silêncio e desinformação. Esse é o caso da síndrome geniturinária, um conjunto de sintomas que afeta entre 36% e 90% das mulheres na peri e pós-menopausa, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). O quadro compromete significativamente a qualidade de vida, mas, ainda assim, segue pouco discutido.
“Apesar da alta prevalência e do impacto profundo, muitas mulheres não falam sobre o tema nem buscam ajuda. Isso ocorre por vergonha, falta de informação ou por acreditarem que os sintomas são naturais e inevitáveis”, explica o ginecologista Dr. Igor Padovesi, especialista certificado pela North American Menopause Society (NAMS) e autor do livro Menopausa Sem Medo.
Sintomas que vão além da incontinência e552w
Engana-se quem pensa que a síndrome geniturinária se resume à incontinência urinária. O quadro também inclui ressecamento vaginal, dor nas relações sexuais, coceira e infecções urinárias recorrentes. “Esses sintomas surgem devido à queda nos níveis de estrogênio, que provoca o afinamento e o ressecamento dos tecidos da vagina, uretra e bexiga”, esclarece o Dr. Igor.
A condição pode aparecer logo no início da menopausa e, frequentemente, persiste por muitos anos, afetando profundamente o bem-estar sexual e emocional das mulheres.
Tratamentos eficazes e seguros estão disponíveis 344423
Apesar do tabu, existem diversas opções de tratamento. As mais básicas são os hidratantes e lubrificantes vaginais, que oferecem alívio pontual para o ressecamento. No entanto, o principal recurso, segundo o especialista, é o uso local de estrogênio, istrado na forma de cremes ou comprimidos vaginais.
“Essa abordagem restaura a saúde dos tecidos vaginais e urinários com segurança e eficácia”, afirma o Dr. Igor. Além disso, ele destaca que estudos recentes indicam que o uso local de estrogênio não aumenta o risco de recidiva de câncer de mama. “Mesmo assim, o histórico da doença continua sendo uma contraindicação comum.”
Tecnologias complementam ou substituem o tratamento hormonal 5j371c
Para quem não pode ou não quer usar hormônios, ou ainda para quem busca um tratamento complementar, existem tecnologias como laser e radiofrequência intravaginal. “Esses procedimentos estimulam a regeneração dos tecidos e a produção de colágeno, com resultados comparáveis ao estrogênio”, afirma o ginecologista.
O protocolo inclui três sessões, realizadas com intervalos de 30 a 40 dias, além de uma manutenção anual. “Mesmo mulheres que já fazem terapia hormonal podem se beneficiar dessas tecnologias, pois muitas ainda apresentam sintomas locais”, completa o Dr. Igor.
Informação é essencial para quebrar o silêncio 2s4p30
Para o especialista, o mais importante é quebrar o silêncio sobre o tema. “A síndrome geniturinária tem tratamento, e a mulher não precisa sofrer em silêncio. O primeiro o é buscar orientação qualificada”, conclui o médico.
FONTE:
Dr. Igor Padovesi – Ginecologista, autor de Menopausa Sem Medo, especialista em menopausa certificado pela NAMS e membro da International Menopause Society (IMS). Instagram: @dr.igorpadovesi