
Ter filhos biológicos já é uma realidade para casais homoafetivos no Brasil. Desde 2015, uma resolução do Conselho Federal de Medicina garante esse direito, tornando as técnicas de reprodução assistida uma alternativa cada vez mais procurada. A adoção, embora válida, ainda envolve uma série de exigências e etapas burocráticas que podem dificultar o processo.
De acordo com o ginecologista e especialista em reprodução humana Dr. Rodrigo Rosa, diretor da clínica Mater Prime, o número de casais homoafetivos que procuram clínicas de fertilização tem aumentado significativamente. No entanto, ainda existem muitos tabus e dúvidas sobre os procedimentos disponíveis. Para esclarecer o assunto, o médico explica a seguir as principais opções para casais do mesmo gênero que desejam ter filhos.
Casais formados por duas mulheres 5n1c1z
Nesse caso, o processo costuma ser mais simples. Como as mulheres já possuem o útero e os óvulos necessários, o procedimento exige apenas a doação de sêmen — feita de forma anônima por meio de bancos especializados.
A partir disso, o casal pode escolher entre: 5r6w5e
Fertilização in vitro (FIV): O óvulo de uma das mulheres é fecundado em laboratório com o sêmen doado, e o embrião é implantado no útero. Além disso, existe a possibilidade da gestação compartilhada, em que uma mulher fornece o óvulo e a outra realiza a gestação. Essa alternativa fortalece o vínculo emocional entre ambas e a criança.
Inseminação intrauterina: Também conhecida como inseminação artificial, essa técnica consiste em inserir o sêmen diretamente no útero da mulher durante seu período fértil. Em alguns casos, os médicos indicam o uso de medicamentos para estimular a ovulação, aumentando as chances de sucesso.
Casais formados por dois homens 25660
Para esses casais, o processo é mais complexo. Além da doação anônima de óvulos, é necessária uma barriga solidária — uma mulher que aceite gestar o bebê. A legislação exige que ela seja parente de até quarto grau de um dos parceiros e tenha mais de 18 anos. Se não houver essa possibilidade, o casal precisará solicitar autorização ao Conselho Federal de Medicina.
Após definir a doadora de óvulo e a barriga solidária, os parceiros devem decidir qual deles será o doador do esperma. O embrião é então criado em laboratório e transferido para o útero da mulher escolhida. Cerca de duas semanas depois, os médicos podem confirmar o sucesso do procedimento.
A importância do apoio jurídico 3n2g3w
Além do acompanhamento médico, casais homoafetivos — especialmente os masculinos — devem considerar o e jurídico. Isso porque, em situações específicas, a mulher que empresta o útero pode reivindicar a guarda da criança. Por isso, contratos bem elaborados e respaldo legal são fundamentais para garantir segurança a todos os envolvidos.
Dessa forma, a reprodução assistida se mostra como uma ferramenta potente de inclusão, permitindo que diferentes configurações familiares realizem o sonho da parentalidade. No mês do Orgulho LGBTQIA+, discutir o tema é reafirmar o direito de amar, cuidar e construir novas histórias.
Fonte: Dr. Rodrigo Rosa – ginecologista obstetra especialista em reprodução humana, sócio-fundador e diretor clínico da clínica Mater Prime (SP) e do laboratório Mater Lab. Membro da SBRA e da SBRH, graduado pela UNIFESP, e colaborador do livro “Atlas de Reprodução Humana” da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Instagram: @dr.rodrigorosa