
O Supremo Tribunal Federal inicia, na segunda-feira (9), a oitiva dos acusados de envolvimento em um plano para manter Jair Bolsonaro (PL) no cargo após a derrota nas eleições de 2022. A condução dos interrogatórios está a cargo do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal. 593n2q
As sessões ocorrerão presencialmente, na sala de audiências da 1ª Turma do STF, com exceção do ex-ministro Walter Braga Netto, preso preventivamente no Rio de Janeiro, que será ouvido por videoconferência.
Quem são os réus próximos a Bolsonaro e o que devem dizer? 4u4i26
O primeiro depoimento será o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, que assinou um acordo de delação premiada. Em seguida, os demais integrantes do chamado “núcleo crucial” do suposto golpe falarão em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin; Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e o próprio Jair Bolsonaro, apontado como um dos principais alvos da investigação.
As oitivas devem ocorrer entre 14h e 20h. Caso não sejam concluídas nesse intervalo, o STF prevê a extensão dos trabalhos até sexta-feira (13). A legislação garante aos réus o direito ao silêncio, sem que isso pese contra eles.
Etapa das testemunhas foi encerrada 30a65
Antes dos interrogatórios dos acusados, o tribunal ouviu 52 testemunhas de defesa e acusação. As sessões ocorreram por videoconferência e foram conduzidas por Alexandre de Moraes.
Durante os depoimentos, testemunhas relataram a existência de uma reunião no Palácio da Alvorada onde teria sido discutida, com Jair Bolsonaro, uma possível ruptura institucional. Em uma das audiências, o ministro chegou a repreender um dos depoentes e ameaçou mandar prender o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo por desacato.
A denúncia apresentada ao STF acusa Bolsonaro de liderar uma organização criminosa com o objetivo de impedir a transição de poder após sua derrota nas urnas.
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