
Uma mulher de 35 anos está sendo investigada pela Polícia Civil sob suspeita de ter desviado cerca de R$ 200 mil de contas bancárias pertencentes ao avô, de 87 anos, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Segundo o delegado Gabriel Munhoz, a maior parte do valor teria origem na aposentadoria mensal e no recebimento de um precatório judicial pelo idoso. 35371z
As investigações apontam que a mulher entregava apenas parte do benefício ao avô. Ao ser questionada por ele sobre valores em atraso, como o décimo terceiro salário, respondia que “o Lula tinha cortado”, segundo relato do delegado, que considera a fala um indício claro de má-fé.
Fraude envolvia personagem fictícia e empréstimos 3a2126
A apuração revela ainda que a suspeita teria aberto contas bancárias em nome do avô, contra a vontade dele, e contratado empréstimos sem autorização. Para sustentar o golpe, chegou a criar uma personagem imaginária, apresentada como funcionária da Caixa Econômica Federal.
“Do valor total do precatório, apenas R$ 14 mil foram efetivamente reados ao avô, tendo sido informado que o restante estava ‘investido’ ou ‘bloqueado’, quando em verdade os valores foram sendo retirados ao longo do tempo”, detalha Munhoz. A suposta funcionária da Caixa se chamava “Jessica”, segundo ele.
O crime só veio à tona quando o filho do idoso percebeu que o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) do carro do pai estava atrasado havia três anos — apesar de o dinheiro para o pagamento ter sido entregue à neta.
Como a neta enganou o avô sem levantar suspeitas? 13552d
Durante anos, a mulher cuidou das finanças do avô. Ela se apresentava como alguém de confiança e se oferecia para acompanhar os saques mensais. Parte do valor da aposentadoria era transferida diretamente para a própria conta dela, sob a justificativa de que estaria guardando o dinheiro.
O levantamento feito pela polícia indica que, dos R$ 200 mil desviados, R$ 72 mil vieram da aposentadoria e o restante, aproximadamente R$ 109 mil, de um precatório. Apenas R$ 14 mil desse valor foram realmente entregues ao idoso, segundo a investigação.
Sem vínculo empregatício, a neta utilizava os recursos para o próprio sustento. Por causa das fraudes, foi indiciada por estelionato, com agravante por ter sido cometido contra idoso e de forma continuada. A pena pode chegar a 10 anos de prisão. Ela vai responder ao processo em liberdade.
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